Como Evitar Golpes Financeiros: Fique Alerta!

Em um cenário de tentativa de fraude a cada 2,3 segundos, estar bem informado é a melhor defesa. Este artigo apresenta dados, sinais de alerta e estratégias para proteger seu patrimônio.

Entenda a dimensão do problema no Brasil

No primeiro semestre de 2025, o país registrou mais de 6,9 milhões de tentativas de fraude, um crescimento de 29,5% em relação ao mesmo período de 2024. Isso significa que, em média, uma tentativa de golpe acontece a cada poucos segundos.

Em junho de 2025 houve 1.145.617 tentativas de fraude, 33,1% acima de junho de 2024. Na soma do semestre, as instituições bancárias e emissoras de cartões concentraram 53,7% dos ataques, totalizando 3.295.292 ocorrências.

Geograficamente, todas as unidades federativas apresentaram alta superior a 25%, com destaque para Norte (+34,6%) e Nordeste (+32,1%). Em volume absoluto, o Sudeste lidera com 47,5% dos casos, e o Distrito Federal registra a maior taxa por habitante.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, ocorrem em média 4 golpes por minuto no país, e 50,7% dos consumidores afirmam ter sido vítimas em 2024, dos quais 54,2% perderam dinheiro efetivamente.

Por que os golpes financeiros estão crescendo?

Dois fatores principais impulsionam o aumento das fraudes: a sofisticação das tecnologias usadas pelos criminosos e a extensa digitalização das operações financeiras.

O uso de identidades falsas criadas por IA e a automação de ataques permitem atingir milhares de vítimas em questão de minutos. Ao mesmo tempo, a crescente digitalização das rotinas abre portas para golpes via e-mails, SMS, redes sociais e aplicativos de mensagem.

Além disso, o baixo risco de exposição e o alto retorno financeiro fazem da atividade criminosa uma opção atraente, enquanto a resposta das instituições nem sempre acompanha a velocidade dos ataques.

Principais tipos de golpes financeiros

• Golpes com cartão de crédito (phishing, clonagem e motoboy)
• Fraudes bancárias digitais (invasão de contas e transferências indevidas)
• Esquemas de investimento falso (pirâmides e ofertas fraudulentas)
• Ransomware e sequestro de dados pessoais

Cada modalidade envolve táticas específicas de engenharia social e uso de softwares maliciosos. Os golpistas podem, por exemplo, enviar links falsos que simulam a página do banco ou criar perfis falsos para ganhar confiança.

Perfil das vítimas e áreas de atuação dos criminosos

As principais vítimas são pessoas físicas com idade entre 25 e 60 anos, usuárias frequentes de serviços digitais. Empresas de pequeno e médio porte também são alvo preferencial, especialmente aquelas sem políticas rígidas de segurança.

Os criminosos atuam majoritariamente em canais remotos, explorando falhas de autenticação e a falta de atualização de sistemas. Redes Wi-Fi públicas sem criptografia adequada são pontos de vulnerabilidade.

Como os golpistas operam

As estratégias variam, mas incluem:

• Envio de e-mails e SMS com links maliciosos e anexos infectados
• Criação de perfis falsos em redes sociais para se aproximar da vítima
• Uso de aplicativos de mensagens para comunicação instantânea e mais persuasiva

Em muitos casos, a ação é apoiada por robôs que personalizam as mensagens com base em dados públicos e vazamentos, tornando o golpe ainda mais convincente.

Sinais de alerta práticos

• Solicitação de dados sensíveis por e-mail, SMS ou ligação inesperada
• Urgência excessiva para confirmar informações ou fazer transações
• Links que levam a páginas sem HTTPS ou com erros ortográficos no endereço
• Ofertas de investimentos de retorno garantido e muito acima do mercado

Ao identificar qualquer comportamento suspeito, interrompa imediatamente a comunicação e contate diretamente a instituição financeira pelo canal oficial.

Medidas de prevenção para pessoas físicas e empresas

• Adote autenticação de múltiplos fatores em todas as contas
• Atualize regularmente sistemas operacionais e antivírus
• Eduque colaboradores e familiares sobre os principais golpes
• Monitore extratos bancários e extratos de cartão diariamente

Para empresas, é fundamental implementar políticas de segurança, restringir privilégios de acesso e realizar testes de invasão periódicos.

O que fazer se já caiu em um golpe

Se houve perda financeira ou exposição de dados, siga estes passos:

1. Contate imediatamente o banco ou a administradora do cartão para bloquear contas e cartões.

2. Registre boletim de ocorrência na delegacia especializada em crimes cibernéticos.

3. Comunicar os órgãos de defesa do consumidor e plataformas de proteção de crédito.

4. Altere todas as senhas, habilite novos fatores de autenticação e monitore movimentações futuras.

Iniciativas de bancos e governo

Bancos e instituições financeiras têm investido em monitoramento 24 horas por dia e em sistemas de análise preditiva baseados em IA para identificar padrões de fraude em tempo real.

O governo, por sua vez, intensificou ações de fiscalização e lançou campanhas de conscientização, além de integrar forças-tarefas entre Polícia Federal, Banco Central e entidades de defesa do consumidor.

Com informação, vigilância e cooperação, é possível reduzir significativamente o impacto dos golpes financeiros. Mantenha-se alerta e compartilhe boas práticas com sua rede de contatos.